Maria manteve-se muito escondida
durante toda a sua vida; por isso o Espírito Santo e a Igreja lhe chamaram
«Alma Mater»: Mãe escondida e secreta. A sua humildade foi tão profunda, que na
terra nada a seduziu mais poderosa ou mais continuamente do que esconder-se de
si própria e de toda as criaturas, para que só Deus a conhecesse.
Aprouve a Deus, atendendo aos
seus pedidos de ocultação, empobrecimento e humildade, esconder a sua
concepção, o seu nascimento, a sua vida, os seus mistérios, a sua ressurreição
e a sua assunção aos olhos de quase toda a criatura humana. Nem os seus pais a
conheciam; e os anjos perguntavam muitas vezes entre
si: «Quae est ista? Quem é
esta?» (Ct 6,10), porque o Altíssimo lha ocultava; ou, se lhes mostrava alguma
coisa, escondia-lhes infinitamente mais. […]
Que coisas grandes e
escondidas fez este Deus poderoso nesta Criatura admirável, como ela própria
foi obrigada a reconhecer, apesar da sua profunda humildade:
«O Todo-poderoso fez em mim
maravilhas». O mundo não as conhece, porque é incapaz e indigno.
São Luis-Maria Grignion de
Monfort (1673-1716), pregador, fundador de comunidades religiosas «Tratado da
verdadeira devoção à Virgem Maria», 1-6
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